Sempre é bom lembrar passagens ocorridas nas agências em que trabalhei(amos) no tempo do saudoso Banespa.
Umas tristes outras hilárias.
Esta foi na Agência Boa Esperança do Sul(SP).
No ano de 1983, antevéspera de Natal,por volta das 12h00 quando ocorreu um assalto.
Cinco assaltantes, armados de revolveres invadiram a agência rendendo os vigilantes, funcionários, clientes e logo um deles foi, aos berros, querendo de imediato saber quem era o gerente.
Como o gerente não estava presente pegou o subgerente, encostando o cano do revolver em sua testa e gritava
- "Cadê o cofre! Onde fica o cofre?"
Os demais funcionários, inclusive eu,ficamos com as mãos para cima, encostados numa parede.
Uma funcionária em desespero começou chorar, quando um dos assaltantes mandou que ela calasse a boca.
Enquanto isso, o subgerente pressionado para abrir o cofre e sob a mira do revolver dizia com uma voz trêmula:
-"Para abrir o cofre é necessário duas chaves, agora só tem uma na agência. A outra está com o chefe de serviço que foi almoçar".
O assaltante ficou irritado com a resposta e deu uma coronhada na cabeça do subgerente que que ficou esparramado no chão.
Não conseguindo seu intento que era o de abrir o cofre, ordenou aos demais que pegassem toda grana que havia nos caixas.
Antes de sair da agência um dos assaltantes puxou com raiva um cordão de ouro do pescoço de uma cliente.
Foi um dia de cão.
O mais interessante de tudo, é que era recomendado aos vigilantes quando notassem algum estranho rondando a agência, era para dar um alarme.
Quando perguntaram a um deles,respondeu:
- "De fato eu vi esses caras sentados na mureta em frente da agência,
mas pensei que fossem uns boias-frias".
Isso porque ao lado da agência ficava o Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
O outro vigilante um tal de (...) era um osso duro de roer. Santista roxo, vivia mais lendo as notícias do "Peixe", do que vigiando a agência.
Certa vez, antes desse assalto, o encarregado da vigilância da agência fez uma advertência sobre sua desatenção.
Ele no ato respondeu:
- "Quando os ladrões entrarem aqui, eles vão conhecer quem é o (...)".
Aconteceu que no dia do assalto, o "Fulano" estava tão entretido lendo a "Gazeta Esportiva" encostado na guarita e, quando deu por fé, sentiu o cano de um revolver em sua nuca.
Ficou arrepiado quando ouviu o assaltante dizendo:
- "Passa pra cá o trabuco seu merda! E não se mexa."
Assim que terminou o rebuliço, o Fulano estava no mesmo lugar, feito uma estátua e exalando um cheiro desagradável.
Ele tinha se borrado todo.
Branco como a neve (mas com manchas escuras pelas pernas) foi conduzido até o banheiro e depois, com a pressão a mil por hora foi socorrido na Santa Casa local.
Depois disso, o nosso heroico vigilante pediu a conta, mas na cidade ficou apelidado de "Fulano Caganeira".
Os assaltantes fugiram numa Brasília e na perseguição policial, dois foram mortos e outros três presos.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 19/03/2016
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