Apdobanespa


Efêmero

Letícia Thompson

 

Se  pudéssemos  ter  consciência do quanto nossa vida é efêmera,

talvez   pensássemos   duas   vezes   antes  de  jogar  fora  as

oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.

Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas

preciosos. Perdemos  dias,  às  vezes  anos....

 

Mas  a  gente  não  sabe  adivinhar... A gente não sabe por quanto

tempo estará  aqui... E descuidamos... Cuidamos pouco...

De nós e dos outros.

 

Nos calamos quando deveríamos  falar;

falamos  demais  quando deveríamos ficar em silêncio. ..

Não  damos o abraço que tanto nossa alma pede, porque

algo em nós impede essa aproximação.

 

Não  damos um beijo carinhoso porque não estamos acostumados com

isso  e não dizemos o quanto amamos, porque achamos que o outro sabe

automaticamente o que sentimos.

 

E  passa  a  noite  e  chega  o  dia,  o  sol nasce e adormece e

continuamos  os  mesmos,  fechados em nós. Reclamamos de que não

temos  tempo o  suficiente.  Cobramos.  Dos  outros.  Da  vida. De nós

mesmos.  Nos consumimos.

 

E   o   tempo   passa... Passamos   pela  vida e sentimos que  não  vivemos...

Sobrevivemos,  porque  não  sabemos fazer outra coisa. Até que,

inesperadamente,  acordamos e olhamos para trás. Nos perguntamos,

"então, e agora?"

 

Hoje, agora, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar aquele

abraço que tanto quisemos, de pronunciar uma palavra carinhosa....

Nunca  se  é  velho  demais ou jovem demais para amar do fundo do coração,

dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.

 

Não  olhe  para  trás.  O  que  passou,  passou....

O que perdemos, perdemos...

Vamos olhar pra frente! Ainda é tempo de apreciar as flores

que estão inteiras ao nosso redor. Ainda é tempo de viver o

amor e a alegria em intensidade....

Voltarmo-nos para  Deus  e agradecer pela VIDA, que mesmo efêmera,

ainda está em nós...


Álvaro - 18/08/2004




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