Aqui embaixo da serra
A vida corre serena:
De dia trabalho a terra,
De noite rezo a novena.

Quando o Sol no seu permeio
Desponta todo garboso,
Já tirei um latão cheio
De leite puro e gostoso.

Mais tarde monto a cavalo,
O gado vou campear:
E pego o boi pelo talo,
Derrubo e amarro a curar.

Mas quando volto pra casa,
Com tudo feito e perfeito,
Não há nada que me atrasa
De botar pinga no peito.

Se um amigo aparece,
A prosa rola molhada:
Um cafezinho acontece,
Depois do mé, da marvada.

E como tudo na vida
Um sentido deve ter,
Em cada volta da ida
Um amante quero ser.

A mulher, prenda de Deus,
Que acompanha meus passos,
É a mãe dos filhos meus,
Nossos verdadeiros laços.

JM – 30/08/2015