Nos anos de 1969 a 1980 trabalhei na agência de Quatá, pequena cidade do interior paulista. O pároco da cidade era um padre espanhol, chamado Lourenzo (fictício é claro). Ele ligou na agência e perguntou “urrrandi vocês precisam de moedas?” e eu prontamente respondi que sim, perguntando-lhe qual o valor total das que ele ia nos mandar recebendo a resposta de que era (sei lá): seis crrruzeiros; o coroinha trouxe o pacote, entreguei-lhe o valor e ao contar as moedas, faltava um pouco, liguei para o padre e ele disse que a diferrença era a comissão da igrreja. E eu tive que ficar quieto, pagando, é claro a diferença.
Em determinado mês ele fazia uma campanha de arrecadação de fundos enviando às casas, bancos, comércio, escolas, entidades a imagem de Santo Antonio, que ali ficava por um determinado tempo e as pessoas colocavam suas contribuições no cofrinho que acompanhava o santo. Ao final da campanha ele rezava uma missa e prestava conta da arrecadação, nominando individualmente o local e o valor arrecadado. No único ano que a nossa agência foi incluída na campanha, fomos todos à igreja e o padre começou: Loja da dona Maria: seiscentos crrruzeiros; Escola tal: quinhentos crrruzeiros; Entidade tal: dois mil crrruzeiros e assim por diante, no final ele estufou o peito e disse “O PODEROSO BANCO DO ESTADO: trinta crrruzeiros”. E a igreja foi uma gargalhada toda.
Era uma pessoa muito boa, minha família gostava muito dele.   - Visite www.apdobanespa.com
APdoBanespa - 22/05/2014
| Ver Comentários | Comentar |
|