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Origem e Tradições dos Ciganos


Os ciganos nos legaram bens preciosos como: o amor a liberdade e a natureza, a sabedoria de viver e os conhecimentos esotéricos pelos quais é possível desvendar muitos de nossos segredos existênciais, portanto, é hora dessa cultura fascinante e polêmica ser reconhecida e respeitada. Um grande rio corta a região noroeste da Índia, onde fica hoje o Paquistão. Seu nome é Hindu e das suas margens partiu, expulsos por invasores árabes há quase 3 mil anos, um povo amante da música, das cores alegres e da magia. Esta pelo menos, é a explicação dos estudiosos para a origem dos ciganos. E o que há de fundamental é a semelhança do romanês idioma falado pelos ciganos com o sânscrito, a língua falada clássica indiana.
 
 
O que não se sabe ainda é se esses eternos viajantes pertenciam a uma raça inferior dentro da hierarquia indiana ou uma raça aristocrática e militar. Independente de qual fosse seu status, a partir do Oriente, os ciganos se dedicaram com exclusividade as atividades intinenrantes como: ferreiros, domadores, criadores e vendedores de cavalos, saltimbancos, comerciantes de miudezas, e praticantes das artes divinatórias.
 
Viajavam sempre em grandes carroções coloridos e criaram nomes poéticos para si próprios: filhos das estrelas, irmãos das águas, viajantes do vento e povo das estradas. Pois os ciganos simplesmente têm pavor do mar e só põe os pés num barco se forem obrigados, tanto que não há registro de marinheiros ou pescadores entre eles. É falso, porém, achar que o gosto pelas viagens seja o único fator responsável pelo nomadismo desse povo. Por trás de todas essas mudanças, há também uma história de perseguições e fugas. Na Moldávia e na Valáquia, atual Romênia, os ciganos foram escravizados durante 300 anos; na Albânia e na Grécia pagavam impostos mais altos.
 
 Também na Hungria conheceram a escravatura. E os ingleses expulsavam, sob pena de morte, aqueles que se recusavam a fixar residência.
Na Alemanha, crianças ciganas eram tiradas dos pais com a desculpa de que "iriam estudar", enquanto a Polônia , a Dinamarca e a Áustria puniam com severidade quem os acolhessem. Pior ainda nos Países Baixos, onde inúmeros ciganos foram condenados à forca e seus filhos obrigados a assistirem à execução para aprender a "lição de moral". Apenas no País de Gales eles tiveram espaço para manter parte das suas tradições e a língua. Uma tolerância que os levou a se sedentarizar e a se misturar com a população local, dando origem aos ciganos mistos.
 
 
Da mesma forma, na região da Andaluzia, (Espanha), encontraram facilidades e se estabeleceram. Mesmo assim, durante a inquisição católica, vários deles foram expulsos pelos tribunais do Santo Ofício. E, dessa vez, não tiveram escolha: enviados para Gáles em Portugal e na Espanha, cruzaram o mar rumo ao degredo nas colônias africanas,asiáticas e americanas. Como pode-se ver, a história dos ciganos não é só de alegria, música e dança, mas também de perseguições e preconceitos. O povo cigano experiência o mais amplo sentido de liberdade.
 
Não tem apego a nenhum lugar em especial, não deixa raízes que não possam ser arrancadas quando o desejo de ganhar estrada acontecer. O verdadeiro nômade é livre como o vento e pode estar em um lugar quando o sol nasce e em outro quando chega o poente. Para ele é importante o momento presente.
O passado é experiência e vivência já conquistada e o futuro uma expectativa aventureira, que ele entrega ao Poder Maior. As populações ciganas são nômades por excelência, não têm pátria, são universais e não possuem títulos monárquicos como reis, rainhas, ou outros que signifiquem máximo poder de governo. Viajam em grupos de famílias, que possuem um profundo sentido de união, solidariedade e companheirismo. Formam núcleo comunitários compactos com normas e regras de convivência harmoniosa.
 
Os ciganos acreditam que somente podem ser felizes entre os ciganos, por isso as crianças frequentam a escola por um curto tempo, o suficiente para aprender ler e escrever o idioma do país local e fazer as operações matemáticas mais simples. Pois quando maiores precisarão destes conhecimentos para desempenharem as tarefas do mundo moderno e com isto ganhar a vida honestamente. Na sociedade cigana , o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.
 
As ciganas não trabalham fora do lar e quando vão as ruas para ler a sorte é como um cumprimento de tradição e não como parte do sustento da família. Tanto as ciganas solteiras como as casadas são muito faceiras, insinuantes e provocantes, em particular quando dançam. Os bebês ciganos atualmente também são registrados em cartórios e levados a pia bastimal . Contudo , os ciganos possuem além do nome oficial, um nome secreto, escolhido pela mãe , e soprado em seus ouvidos nos primeiros instantes após o nascimento.
 
Possuem, um terceiro nome o qual é conhecido na população local. A festa de casamento, é uma das mais bonitas, quando realizadas dentro das tradições. Enfim, existe toda uma tradição entre esse povo e ficaria dificil enumera-las aqui. Entretanto, podemos observar que as leis e costumes ciganos são severos e rígidos em vários aspectos, porém , são estas atitudes muitas vezes rigorosas que mantém vivo o povo cigano, ainda possuidor de inúmeras de suas tradições, apesar do convívio direto ou indireto com os gajos.
 
Texto original de  Alfa Santos



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